Soja volta a recuar e acumula terceira sessão consecutiva de baixa em Chicago nesta 4ª
Soja volta a recuar e acumula terceira sessão consecutiva de baixa em Chicago nesta 4ª
Os futuros da soja terminaram o dia em baixa na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (17). As cotações operaram durante quase todo o pregão com estabilidade e até mesmo chegaram a testar algumas leves altas, mas voltaram ao campo negativo e fecharam no vermelho pela terceira sessão consecutiva.
As cotações perderam entre 5,25 e 6 pontos nas posições mais negociadas, com o agosto valendo US$ 8,82 e o novembro, US$ 9,00 por bushel.
O mercado segue se comportando de forma técnica, focado no clima dos Estados Unidos e de olho nas previsões climáticas para as próximas semanas e para o cenário que irão determinar para a continuidade do já comprometido desenvolvimento da nova safra americana.
Ainda assim, segundo explicam analistas internacionais, o mercado também vem sentindo uma pressão mais intensa desde que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe uma elevação no índice de lavouras de soja em boas ou exclentes condições, mesmo que de apenas 1%.
Os novos números foram reportados na última segunda-feira (15), trazendo 54% dos campos em bom estado, contra 53% da semana anterior.
Mais do que isso, ainda de acordo com os analistas, o mercado especula muito, neste momento, sobre a real e efetiva área plantada com soja e milho nos Estados Unidos. O USDA traz um novo relatório com dados atualizados em 12 de agosto e, até lá, a volatilidade deverá ser intensa na CBOT. E com a área conhecida é que os traders irão buscar entender o real tamanho da nova safra norte-americana.
"É possível que essa redução de produção já esteja na conta para justicar os US$ 9,00 por bushel no novembro. O que se discute agora é quanto as lavouras americanas vão melhorar e quanto não será plantado na área dos EUA. Essas altas e baixas são reflexo do cabo de guerra sobre o tamanho da área efetivamente plantada nos EUA", explica o consultor de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora.
Mais do que isso, a atualização dos mapas climáticos nesta quarta voltam a indicar uma melhora das chuvas em importantes regiões produtoras dos EUA nos próximos dias. Os volumes mais significativos podem chegar ao norte do Corn Belt, "região esta que tem sido a mais afetada por seca e temperaturas elevadas", explicam os analistas da ARC Mercosul. São esperados acumulados de 20 a 40 mm, ainda segundo informações da consultoria.
"A ARC lembra que a qualidade de germinação desta região já foi gravemente afetada com os excessos de chuvas", completam os analistas.
No mapa abaixo, o NOAA traz os acumulados esperados para os próximos 3 dias - de 18 a 21 de julho.
Na sequência, a previsão para os próximos 7 dias, com chuvas esperadas entre 17 e 24 de julho, já mais bem dustribuídas, mas ainda com volumes mais intensos no norte do cinturão.
A falta de um acordo entre China e EUA também mantém as cotações pressionadas. Pequim e Washington tem retomado suas conversas, porém, o presidente americano Donald Trump já sinaliza que há um abismo ainda para ser atravessado por ambos os países para que se alcance um consenso.
E disse até mesmo, nesta terça (16) que poderia ampliar as tarifas sobre produtos chineses "se quisesse". A China respondeu dizendo que isso dificultaria ainda mais as negociações. A delcaração de Trump, porém, entrou no radar dos traders.
PREÇOS NO BRASIL
Nos portos brasileiros, os preços da soja acompanhara as baixas registradas na Bolsa de Chicago e fecharam o dia também em queda. As cotações variam de R$ 78,00 a R$ 79,00 por saca nos principais indicativos de disponível e para agosto, e registraram perdas de 0,38% a 0,64% nesta quarta-feira.
Apesar de altas pontuais, a maior parte das principais praças de comercialização do Brasil também registraram baixas no dia, com perdas que chegaram a marcar os 2,86% em regiões como a de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, e onde o preço da saca ficou em R$ 67,00.
Os negócios - pressionados pelo dólar mais baixo, pela intensa volatilidade de Chicago e pelas incertezas que a nova safra americana ainda inspira, além de uma demanda um pouco mais tímida neste momento - estão travados no mercado brasileiro, tanto para o restante da safra velha, como para a safra nova.
Ao Notícias Agrícolas, quatro analistas de mercado relacionaram todos estes fatores ao ritmo em que as vendas da nova safra avançam e, assim, registram que momento é este para o produtor brasileiro.
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