Soja recua mais de 2% em Chicago nesta 2ª ainda sentindo a pressão da guerra China x EUA
Soja recua mais de 2% em Chicago nesta 2ª ainda sentindo a pressão da guerra China x EUA
O mercado da soja na Bolsa de Chicago intensificou seu movimento de correção técnica no pregão desta segunda-feira (9) e, por volta de 12h30 (horário de Brasília), as baixas entre as posições mais negociadas passavam de 18 pontos, ou 2%. Com isso, o julho/18 voltava à casa dos US$ 8,50 por bushel, sendo cotado a US$ 8,55.
Os traders vêm buscando uma forte realização de lucros neste início de semana, depois de os preços da commodity terem subido mais de 4% na sessão da última sexta-feira (6) e ainda pressionado pelas questões comerciais entre China e Estados Unidos.
A tarifa de 25% do governo chinês sobre a soja americana importada já está valendo e, como explicam analistas e consultores, o mercado avalia agora quais são os efeitos práticos dessa medida. O importante será saber agora, como explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, qual será a demanda de fora da China que se voltará à soja norte-americana e que tamanho ela terá.
"Quem não é China vai comprar nos EUA. Mas, essa demanda será suficiente para fazer um início de temporada nos EUA?", questiona Vanin, em um momento em que as lavouras norte-americanas estão em franco desenvolvimento no Corn Belt.
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De outro lado, o clima começa a preocupar no Meio-Oeste americano. Nas próximas semanas, as temperaturas deverão subir de forma muito intensa e causar alguma impacto sobre as lavouras. A atenção dos traders, portanto, se divide com esse fator também. Na tarde de hoje, às 17h (Brasília), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz a atulização das condições dos campos e as expectativas indicam pouca mudança nos números.
A semana deverá ser ainda de ajuste antes do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA divulga na quinta-feira, 12 de julho. Para algumas casas internacionais, como a Allendale, Inc., o reporte poderia trazer um aumento de produção e produtividade no caso da soja.
Pela primeira vez em 35 anos, os EUA semearam uma área de soja maior do que a de milho e esse tem sido outro fator de preocupação.
"Quando se começou a ter uma deterioração dos preços em Chicago, a soja americana, basicamente, já estava no chão e não havia como mudar a oferta americana", explica o analista do banco internacional Rabobank, Victor Ikeda.