Soja: Com falta de acordo entre China e EUA, preços trabalham com baixas de dois dígitos na CBOT
Soja: Com falta de acordo entre China e EUA, preços trabalham com baixas de dois dígitos na CBOT
Nesta sexta-feira (4), segue o recuo dos preços da soja na Bolsa de Chicago. Os futuros da commodity, por volta de 12h40 (horário de Brasília), variavam de 9 a 12,50 pontos entre os principais vencimentos, com o julho/18 - que é o mais negociado agora - sendo cotado a US$ 10,42 por bushel.
A falta de acordo sobre o comércio da soja entre China e Estados Unidos após dois dias de negociações pressiona as cotações, fazendo com que o mercado devolva toda a alta registrada no pregão anterior.
Um dos principais questionamentos dos especialistas é sobre se os Estados Unidos conseguiram garantir, ao menos, mais tempo para prorrogar as tarifações planejadas pela China na casa de até US$ 150 bilhões nas importações chinesas. Assim, para a soja - que era um dos principais pontos de especulação dos mercados internacionais -, o cenário continua incerto e sem acordo.
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"O mercado reflete a dureza da negociação entre China e EUA e a possibilidade de retaliações mútuas nas transações comerciais. Depois que a China colocou na mesa a possibilidade de taxar a importação de soja norte-americana em 25% praticamente não houve negócios da oleaginosa entre os dois países", explica o analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais.
Ao mesmo tempo, a China já vem anunciando medidas emergenciais para aumentar sua produção da oleaginosa, com a possibilidade de um aumento de área na próxima temporada.
Na outra ponta do mercado, a Argentina também mantém seu espaço no radar dos traders. "As vendas argentinas limitadas e as exportações reduzidas do complexo em abril sugerem que os estoques norte-americanos deverão ser reduzidos pelo USDA nos próximos boletins". diz Richard Feltes, analista de mercado da RJ O'Brien ao Agrimoney.
Ademais, o mercado se atenta também às primeiras expectativas ao redor do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz na próxima semana, bem como nas condições de clima do Meio-Oeste americano e da evolução dos trabalhos de campo por lá.