Soja: Chicago despenca mais de 40 pts nesta 4ª feira após taxação chinesa sobre grão americano
Soja: Chicago despenca mais de 40 pts nesta 4ª feira após taxação chinesa sobre grão americano
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago estão despencando nesta sessão de quarta-feira (4) após o anúncio de taxação da China em 25% sobre a soja importada dos Estados Unidos. O milho também foi incluso na nova lista chinesa, que conta com mais de 100 produtos e perde mais de 10 pontos na CBOT na manhã de hoje.
Por volta de 7h45 (horário de Brasília), os principais contratos da commodity perdiam entre 45 e 47,50 pontos, com o maio/18 já sendo negociado a US$ 9,90 por bushel na manhã de hoje. As demais posições lutavam para manter o patamar dos US$ 10,00 por bushel.
"O maior impacto é sobre a soja, já que o impacto no comércio é muito intenso, com mais de 35 milhões de toneladas da soja exportada pelos Estados Unidos indo para a China", diz Michael Portier, da consultoria Agritel à Reuters Internacional. "Mas acredito que seja um primeiro movimento mais exagerado, porque a América do Sul não tem condições de suprir toda a demanda da China sozinha, especialmente depois da seca na Argentina", completa.
Já para um trader europeu, "é a chegada de uma tempestade ao mercado e que poderá causar uma grande ruptura no mercado global de soja".
Analistas internacionais afirmam ainda que é preciso o mercado estar atento aos detalhes dessas tarifações, buscando saber como e quando a China irá implementar essas tarifas. "Mas, no curto prazo é muito severo para os preços, já que há muitos investidores vendendo forte seus futuros agora para fazer perguntas depois", diz Matt Ammermman, gerente de risco de Commodity da INTL FCStone.
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Na Reuters: China retalia tarifas dos EUA e adota taxas sobre soja e aviões
PEQUIM/WASHINGTON (Reuters) - A China respondeu rapidamente nesta quarta-feira aos planos da administração Trump de adotar tarifas sobre 50 bilhões de dólares em bens chineses, retaliando com uma lista de taxas similares sobre importações dos Estados Unidos como soja, aviões, carros, uísque e produtos químicos.
A velocidade com que a disputa comercial entre Washington e Pequim está ganhando força --o governo chinês levou menos de 11 horas para responder com suas próprias medidas-- levou a uma forte liquidação nos mercados acionários e de commodities.
Os investidores se questionam se uma das piores disputas comerciais em muitos anos pode agora se tornar uma guerra comercial em larga escala entre as duas maiores potências econômicas do mundo.
"O pressuposto era de que a China não responderia agressivamente demais e evitaria aumentar as tensões. A resposta da China é uma surpresa para algumas pessoas", disse Julian Evans-Pritchard, economista sênior da Capital Economics, lembrando que nenhum dos dois lados falou ainda em aplicação das tarifas.
"É mais um jogo de provocação, deixando claro qual seria o custo, na esperança de que ambos os lados possam chegar a um acordo e nenhuma dessas tarifas entre em vigor", disse ele.
A lista de Pequim de tarifas adicionais de 25 por cento sobre bens dos EUA cobre 106 itens com um valor comercial que corresponde aos 50 bilhões de dólares visados na lista de Washington, disseram os ministérios do Comércio e de Finanças da China. A data efetiva depende de quando a ação dos EUA entrar em vigor.
Diferentemente da lista de Washington, que foi preenchida com muitos itens industriais obscuros, a lista da China afeta produtos importantes de exportação dos EUA, como soja, carne congelada, algodão e outras commodities agrícolas importantes produzidas em Estados do Iowa ao Texas, que votaram em Donald Trump na eleição presidencial de 2016.
A lista chinesa cobre ainda aeronaves que provavelmente incluiriam modelos mais velhos da Boeing Co como o jato 737, mas modelos mais novos como o 737 MAX ou seus aviões maiores. Um porta-voz da Boeing em Pequim recusou-se a comentar.