Soja busca recuperação em Chicago e, ao lado do dólar, puxa preços no Brasil nesta 2ª feira
Soja busca recuperação em Chicago e, ao lado do dólar, puxa preços no Brasil nesta 2ª feira
Após a despencada na última sexta-feira (10), de mais de 40 pontos, os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram a subir no pregão desta segunda-feira. O mercado, como explicou o analista Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, veio se ajustando após uma "baixa exagerada" no final da última semana.
"Essa situação, afinal, cria as chamadas compras de oportunidade. O preço caiu tanto que fica atrativo comprar. É uma correção de um exagero e uma recuperação dentro do previsto, mas não é uma reversão de tendência e o mercado continua com um viés baixista", diz Cogo.
E assim, as cotações da oleaginosa terminaram o dia com altas de 6,50 a 7,50 pontos nos principais vencimentos, com o novembro/18 cotado a US$ 8,68 e o janeiro/19 valendo US$ 8,80 por bushel.
Esse ajuste do mercado vem ao lado de algumas boas notícias da demanda, como o anúncio de uma nova venda norte-americana nesta segunda, de mais de 140 mil toneladas para o México, além dos embarques semanais dos EUA, reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), acima das expectativas do mercado.
Na semana encerrada em 9 de agosto, os EUA embarcaram 580,824 mil toneladas de soja, contra projeções que variavam de 490 mil a 900 mil toneladas. No acumulado da temporada comercial, o país já tem 53.951,248 milhões de toneladas da oleaginosa embarcadas, abaixo de mais de 55 milhões do mesmo período do ano passado.
Paralelamente, ainda como explica Cogo, o ritmo da demanda chinesa por soja, que se mantém muito aquecido, também dá suporte as cotações. "A demanda da China não caiu tanto quanto o projetado, e a previsão de consumo foi elevada para a China, colocada em 4% maior do que na temporada passada", diz.
O analista explica também que todo esse ambiente criado pela guerra comercial entre China e Estados Unidos e mais a baixa expressiva dos preços tem causado um desânimo expressivo entre os produtores norte-americanos, o que poderia provocar uma retração de área na safra 2019/20 nos EUA. "E isso, no longo prazo, é um fator altista para os preços", afirma Cogo.
A questão do clima nos Estados Unidos, por outro lado, ainda mantém as cotações pressionadas e as perspectivas de uma grande safra vinda dos EUA. Os problemas e preocupações são pontuais e as previsões deste início de semana mostram condições favoráveis para os próximos dias no Corn Belt.
"O aumento de 2 sacas por hectare nas estimativas de produtividade da soja nos EUA reflete o atual cenário desta safra (...)Vale lembrar que um grande definidor de teto produtivo são as condições edafoclimáticas para o mês de agosto, principalmente no caso da soja", diz a AgResource Mercosul (ARC).
O Commodity Weather Group (CWG), em sua previsão desta segunda-feira (13), mostra que para os próximos cinco dias, o Meio-Oeste americano deverá receber chuvas de 12,7 a 32,7 mm nos próximos cinco dias, e as precipitações devem cobrir cerca de 75% do Meio-Oeste. As previsões do NOAA, o serviço oficial de clima do governo norte-americano são bastante semelhantes.
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Mercado Brasileiro
No Brasil, não só a recuperação de Chicago, mas a disparada do dólar frente ao real ajudou a puxar os preços no interior e portos do país. A moeda americana, na máxima do dia, foi a R$ 3,9297 para fechar o dia com R$ 3,8973 e com ganho dae 0,86%.
"A preocupação se refere à exposição de bancos da zona do euro aos títulos turcos. Isso mesmo com o banco central turco estabelecendo medidas emergenciais", afirmou, em relatório, o economista-chefe do Home Broker ModalMais, Alvaro Bandeira à Reuters.
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Assim, em Paranaguá, a soja disponível subiu 2,22% para R$ 92,00 por saca, e o fevereiro/19 foi a R$ 84,00, com ganho de 1,20%. Em Rio Grande, o produto fechou com alta de 0,57% no spot, valendo R$ 87,50. Já o setembro/18 perdeu 0,57% para os mesmos R$ 87,50.
Fonte: Notícias Agrícolas