Quebra na safrinha de milho deve chegar a 30% em Dourados; setor descarta prejuízos
Quebra na safrinha de milho deve chegar a 30% em Dourados; setor descarta prejuízos
Por conta do longo período de estiagem, são esperados uma média de colheita de 60 sacas por hectare
A colheita do milho safrinha chega a 50% da área cultivada na região de Dourados. O avanço dos trabalhos no campo tem confirmado a quebra na produtividade estimada em 30%, avalia o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Lúcio Damalia.
Por conta do longo período de estiagem, são esperados uma média de colheita de 60 sacas por hectare, embora o número seja considerado precoce. Apesar de o produtor colher menos nessa safra no comparativo com o mesmo período do ano passado, Damália diz que economicamente não haverá prejuízo para o campo. O motivo é o bom preço do grão no mercado.
A leve chuva que caiu ontem e que deve se estender para este fim de semana, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não muda o cenário atual, já que foi colhido cerca de metade da safra. "O que tinha que perder já perdeu. É uma safrinha arriscada, mas o produtor já está preparado", afirma o presidente do Sindicato Rural de Dourados.
A situação da grande Dourados é a mesma nas demais cidades de Mato Grosso do Sul, assim como no País. Conforme a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul), estima-se redução de 8,2% na área plantada em relação à safra anterior, que passou de 1,8 milhão para 1,7 de milhão de hectares. Essa queda reflete em uma produtividade 29,31% menor, de 9,8 milhões de toneladas para 6,936 milhões de toneladas.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que os atrasos no cultivo da soja refletiram no plantio do milho. Primeiro com retardo na semeadura da oleaginosa, em decorrência da estiagem em outubro do ano passado, e depois com demora na colheita, devido, desta vez, ao excesso de chuvas. O quadro provocou o deslocamento da janela de plantio do milho segunda safra.
Relatório da empresa INTL FCStone consultoria, divulgado anteontem, prevê para o País produção de milho safrinha em 2017/18 de 55,3 milhões de toneladas, o que representa queda de 17,8% ante o volume obtido no ano-safra anterior. O clima seco prejudicou o desenvolvimento das lavouras em abril e maio, segundo a FCStone. A oferta total de milho em 2017/18, estimada pela consultoria em 79,2 milhões de toneladas, 19,1% a menos do que em 2017, se reflete em preços mais elevados.
Fonte: Dourados Agora