Porto do Itaqui bate recorde histórico com movimentação de soja

Porto do Itaqui bate recorde histórico com movimentação de soja

Porto do Itaqui bate recorde histórico com movimentação de soja

Com a conclusão do embarque de 66 mil toneladas de soja no navio Lyda Cafiero no último dia 11, o Porto do Itaqui ultrapassa os 5 milhões de toneladas e bate recorde histórico. A máxima anterior é de 2015, quando foram movimentadas 4,9 milhões de toneladas durante todo aquele ano. A performance é resultado da super-safra de soja em toda a região do Matopiba e da produtividade do Itaqui, com capacidade de movimentar 67,2 mil toneladas de soja por dia nos dois berços dedicados a esse tipo de carga.

“Em um momento de trevas e desesperança no Brasil, o agronegócio no Maranhão tem um ano pujante. E pela primeira vez estamos fazendo melhorias no Porto do Itaqui com recursos próprios, gerados pelo Porto e agronegócio, em larga medida”, pontua o governador Flávio Dino.

O presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), Ted Lago, destaca a importância desse resultado histórico do Porto do Itaqui por se dar em um momento que o Brasil passa por uma profunda crise econômica, o que demonstra a importância da produção de grãos brasileira para o mundo. “Vemos com muito otimismo esse momento, em especial porque boa parte dessa soja é produzida no Maranhão e movimenta toda uma cadeia que vai desde o agricultor, passa pela aquisição de implementos agrícolas, transporte, logística. Um momento importante de resiliência e recuperação de 2016, um ano difícil para o produtor, que sofreu com a quebra da safra em decorrência das condições climáticas”, afirma.

Segundo estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), divulgado em julho, a região do Matopiba (formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) vive um período de expansão acelerada da produção de grãos e deve colher 20 milhões de toneladas de grãos neste ano, o que corresponde a 9% de toda a produção nacional. Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca do Maranhão, Márcio Honaiser, o recorde do Itaqui é representativo justamente porque reforça os números positivos que o Maranhão atinge com essa super-safra. “Isso mostra que o Porto do Itaqui vem consolidando cada vez mais a sua influência regional e sendo uma das melhores opções para o embarque de grãos e de outras commodities”, diz.

Os dados da CONAB sobre o Maranhão apontam colheita de 4,8 milhões de toneladas de grãos, o dobro do que foi colhido na safra passada, com produtividade de 3,1 toneladas por hectare (na safra passada foram 1.748 quilos por hectare). O presidente da APROSOJA-MA, José Carlos Oliveira de Paula, confirma esses dados e explica que, neste ano, a produtividade no Maranhão acompanhou a média do Matopiba, com 50 sacas por hectare (média de 3 toneladas).

“O Maranhão está produzindo muito e acreditamos que a partir deste ano a tendência é melhorar. O produtor está otimista e se movimentando para vencer os prejuízos com a quebra da safra do ano passado. Com o apoio do Governo do Estado a expectativa é positiva para os próximos anos”, informa.

Um passo à frente

De acordo com análise do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), a marca atingida pelo Porto do Itaqui reflete a grande potencialidade dessa área dinâmica de expansão, que é o Matopiba e demonstra a articulação logística do Governo do Maranhão com a mudança do modelo econômico, que sai da condição do primário exportador para o adensamento das cadeias produtivas.  A visão estratégica do Governo com esse trabalho é afirmar o Itaqui como canal de exportação do Corredor Centro Norte do país.

“O Maranhão hoje está se preparando para exportar carne processada e isso é resultado de um entendimento do Governo sobre sua matriz de responsabilidade em relação à vocação do estado como produtor de alimento para o mundo; do trabalho que vem sendo desenvolvido no segmento agroindustrial, com capacidade de geração de empregos e enorme potencial de crescimento para abastecer o mercado estrangeiro, e da posição logística invejável do Porto do Itaqui, com uma gestão muito eficiente e altamente qualificada, que vem gerando resultados positivos com capacidade de investimento mesmo nesse período em que o país atravessa uma crise econômica e política”, afirma o presidente do Imesc, Felipe de Holanda.

No contexto do Matopiba o Maranhão é um estado privilegiado por ter um porto preparado para a dinamização da economia. “Um estado que vem atendendo as demandas do mercado em razão de uma combinação de potencialidade econômica, terras, solo adequado, tecnologia, financiamento e logística”, explica Holanda.

Para o presidente da EMAP, os números da CONAB demonstram que no campo o Maranhão avançou na produção e também em produtividade. “Estamos produzindo mais e melhor, de forma cada vez mais qualificada, sem perder de vista as questões sociais e ambientais”, destaca. “Temos avançado na oferta de condições para que essa produção seja escoada de forma eficiente e segura”, afirma .

Olho no futuro

O aumento do volume de movimentação de soja e da produtividade dessa operação no Porto do Itaqui provocou um redimensionamento da projeção para 2017. A expectativa era de movimentar, até o final do ano,  4,9 milhões de toneladas de soja – reunindo as operações da VLI e do Tegram. “Com base nesses novos números, a tendência é fecharmos 2017 com 6 milhões de toneladas de soja movimentadas”, informa o diretor de Operações da EMAP, José Antônio Magalhães. Até setembro o volume da soja deve se manter em alta e em seguida começam as operações com o milho, que este ano deve fechar em 2 milhões de toneladas movimentadas.

Segundo o presidente da EMAP, as projeções são muito positivas em razão do avanço rápido do adensamento das cadeias. Isso significa que em breve o Itaqui poderá operar cargas de carne processada, frango resfriado, peixe filetado. “O trabalho da EMAP, alinhado à estratégia do Governo do Maranhão, é focar não somente no aumento do volume exportado, mas também na criação de canais de exportação que, junto aos grãos, estarão a serviço do desenvolvimento econômico do estado”, afirma Ted Lago.

Uma das ações nesse sentido é o Programa Mais Produção, iniciativa do Sistema Estadual de Produção e Abastecimento (Sepab) do Governo do Maranhão, que vem gerando oportunidades de adensamento de cargas para o Itaqui. Um dinamismo econômico que vai se traduzir em geração de emprego e renda, aumento da produção de proteína animal com empreendimentos para fabricação de ração e óleo da soja, integração de pequenos produtores de frango. “Este é um momento de preparação para subir um novo degrau na cadeia do desenvolvimento, quando a produção estiver conectada com a criação, abate e beneficiamento da carne”, avalia Felipe de Holanda.

O Governo também vem investindo no desenvolvimento da fruticultura. No município de São Raimundo das Mangabeiras foi implantada em 2016 a primeira agroindústria desse segmento, beneficiando 150 famílias. Outras iniciativas estão em curso para viabilizar um canal de exportação de frutas e polpa de frutas no Maranhão, a exemplo do que ocorre em outros estados brasileiros.

O Porto do Itaqui acompanha esse trabalho e se estrutura, com a construção de um pátio de contêineres, como forma de democratizar o transporte marítimo. Hoje um navio de grãos leva cerca de 60 a 70 mil toneladas, mas o de contêiner é viável a partir de 10 a 20 toneladas e pode ser compartilhado entre vários produtores.

Nesse cenário o papel do Porto do Itaqui é investir com foco em infraestrutura portuária, segurança, tecnologia para sermos cada vez mais eficientes e poder exportar ao menor custo, tornando o porto mais competitivo. “Um exemplo é o início das obras do pátio preparado para contêineres refrigerados, uma operação que depende da consolidação de toda a cadeia produtiva, principalmente da iniciativa privada”, afirma.

 

Fonte: Porto do Itaqui

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